Operação em 17 cidades do RJ combate esquema de fraude no Detran

A Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ), o Ministério Público (MP) e a Polícia Civil fazem na manhã desta sexta-feira a Operação Cruzamento para combater um esquema de fraude no órgão de trânsito. Estão sendo cumpridos 122 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão expedidos contra funcionários, prestadores de serviço do Detran e despachantes em 17 cidades do Estado.

De acordo com a rádio CBN, pelo menos até as 10h um total de 56 pessoas tinham sido detidas. Segundo o delegado e corregedor do Detran, David Anthony Alves, este é considerado o maior esquema de corrupção já detectado no órgão. Na capital, a ação ocorreu em 29 bairros.

A investigação feita em conjunto pela Corregedoria e pelo MP apurou que o esquema aprovava veículos - caminhões, ônibus, táxis e vans - na vistoria regular obrigatória, sem as condições mínimas para trafegar, mediante pagamento em dinheiro a funcionários de postos de vistoria do Detran na capital, região metropolitana e Baixada Fluminense. De acordo com o Detran, as fraudes praticadas variavam de R$ 50 a R$ 1 mil por operação. O preço variava por cliente, conforme o grau de dificuldade, o número de fraudadores envolvidos ou do quantitativo de serviços ilegais solicitado. A atuação foi flagrada em escutas telefônicas.

A promotoria denunciou 181 pessoas pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema informatizado e supressão de documento público. Destes, foi solicitada a prisão preventiva de 122.

A quadrilha estendia a sua atuação em postos de vistoria do Detran de Santa Cruz, Campo Grande, Barra da Tijuca, Ceasa (Irajá), Belford Roxo, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Vila Isabel e Sede, funcionando de forma regionalizada, com núcleos nestas localidades e efetiva ligação entre si. A investigação detectou a presença de um falsário que providenciava a adulteração de documentos públicos que seriam utilizados na instrução de processos administrativos junto ao órgão de trânsito. Outras 59 pessoas, já denunciadas, poderão ser presas nos próximos dias caso não recolham a fiança estabelecida pela Justiça.