Alunos de MS, que fazem Medicina no Paraguai, querem fim do Revalida
Em tempos de discussões aquecidas a respeito da contratação de 6 mil médicos cubanos em regiões do Brasil onde a mão de obra é escassa, a UPAP (Universidade Politécnica e Artística Paraguaia) quer a mesma flexibilização para estudantes que vão ao Paraguai para estudar Medicina, com a liberação do Revalida, prova de conhecimentos gerais que avalia a qualidade do profissional que vem de outro país trabalhar aqui.
A Universidade abre inscrições para o curso de Medicina, mas garante que a preparação dos acadêmicos continua a mesma para o Revalida, que possivelmente os cubanos não precisarão fazer caso sejam contratados.
O Governo Federal estuda trazer médicos de outros países para trabalhar no interior do Brasil e eles teriam três anos para conseguir a aprovação no Revalida. Quem estuda no Brasil é contra a medida.
Contudo, se de fato os cubanos forem contratados e não fizerem o Revalida, outros acadêmicos podem se sentir no direito de ter o mesmo benefício. “Se os cubamos podem, nós, que somos brasileiros e saímos do nosso País para nos profissionalizarmos, também podemos. Mas a Justiça do Brasil está aí para isso.”
De acordo com o presidente da Associação de Acadêmicos de Medicina do Exterior e representante da UPAP em Mato Grosso do Sul, Karlos Bernardo, os acadêmicos de Medicina da universidade continuam o curso normalmente e estudando para exercerem a profissão no Brasil de forma regular.
“Estamos estudando muito, porque a princípio precisamos fazer o Revalida. Apenas queremos ser reconhecidos como médicos no Brasil, mas, de qualquer forma, quando saímos daqui somos médicos em qualquer lugar”, afirma Karlos, que cursa o último semestre de Medicina na UPAP.
Acadêmico do 4º de Medicina na UPAP, Marcos Paulo Freitas, 22 anos, defende que todo médico formado no exterior deve passar por uma prova para atuar no mercado brasileiro. “Eu acho que o Revalida é a forma mais justa e correta de filtrar médicos que se formam no exterior e querem atuar no Brasill”, opina.
E isso vale também para os cubanos que forem contratados. Porém, o acadêmico vai mais além. “Assim como médicos formados fora do país são submetidos a prova, eu acredito que os médicos formados no Brasil também deveriam fazer a prova”, pontua Marcos.
Segundo o presidente da Associação de Acadêmicos de Medicina do Exterior, as três instituições de ensino superior de Pedro Juan Caballero somam 2,5 mil acadêmicos de Medicina.
Para Karlos, o único motivo de brasileiros cursarem a faculdade de Medicina no país vizinho é o baixo custo das mensalidades. “A parte financeira é a principal vantagem de ir para o Paraguai. Pagamos de R$ 450 a R$ 700 por mês no curso, em quase 9,2 mil horas de curso, sendo que a carga horária exigida pelo MEC é de 7,8 mil horas”, argumenta.
“A falta de médico no Brasil é grande, ninguém quer ir para cidade pequena, e o CRM (Conselho Regional de Medicina) não cria normas para cumprir a demanda, nós queremos trabalhar no Brasil”, declara Karlos.
Fonte: Campo Grande News
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