Preço do tomate cai 75% e vira alvo de promoções no mercado atacadista
Apontado como o vilão da inflação, o preço do tomate começou a perder força e agora virou alvo de guerra de promoções entre os supermercados. Na quarta, dia 17, duas grandes redes vendiam o tomate entre R$ 2,48 e R$ 2,50 o quilo. É uma queda de aproximadamente 75% em relação ao preço de três semanas atrás, quando o quilo do tomate valia R$ 10,00. Em 12 meses até março, o preço do tomate subiu 122,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apura a inflação oficial.
É bem verdade que quarta-feira normalmente é um dia de promoções para o varejo de hortifrutigranjeiros na maioria dos supermercados. Eles compram grandes lotes de produtos para fazer promoções. Mas o movimento de queda de preços do tomate foi constatado no atacado.
Entre o dia 28 de março, quando a cotação atingiu o nível mais alto, e a terça, dia 16, o preço do tomate italiano de melhor qualidade no mercado atacadista de São Paulo (Ceagesp) caiu quase à metade, de R$ 7,88 para R$ 3,75.
– O principal fator que contribuiu para a derrubada dos preços foi a atitude do consumidor, que reduziu as compras e substituiu o tomate pelo molho industrializado – afirma o economista da Ceagesp, Flávio Godas.
Ele pondera também que a oferta do produto aumentou em quase 15% nas últimas três semanas.
– Hoje o mercado está sendo abastecido pelas safras de Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e sul de Minas Gerais – diz o economista.
A situação é completamente diferente da de 20 dias atrás, quando o produto vinha só de Santa Catarina, cuja safra tinha tido uma quebra de 50%.
Promoções
Marcos de Freitas, gerente comercial de Frutas, Verduras e Legumes do Grupo Pão de Açúcar, ressalta que, tirando as promoções, o preço do tomate no varejo está em R$ 5,98, valor R$ 1,00 mais caro do que normalmente é cobrado pelo produto nesta época do ano.
– Estamos vendendo o quilo do tomate por R$ 4,55 e, no domingo, dia 21, teremos um preço menor – avisa o gerente.
Mas essa redução, segundo ele, se deve a compra de volumes de grandes agricultores que têm de tirar o tomate do pé, sob risco de perder o produto.
Fonte: Estadão
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