Governo confirma caso, não clássico, de vaca louca no Paraná

Postada por: Jr Lopes | Data 07/12/2012 | Imprimir


Um caso "não clássico" da doença conhecida como mal da vaca louca ocorreu no Paraná em 2010, informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na manhã desta sexta-feira (7). O caso é considerado "não clássico" porque o animal não morreu em decorrência da doença em si.


Não há risco para a saúde pública, diz governo sobre caso de vaca louca "Gostaríamos de enfatizar que o animal não manifestou a doença e não morreu por causa dela. O que foi detectado é que ele possuía o agente causador da doença apenas", afirmou José Carlos Vaz, secretário-executivo da pasta.


Os exames que atestaram a presença do agente causador da doença no animal, realizados na Inglaterra, foram enviados ao ministério na noite de quinta-feira.


Segundo o governo, a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) notificou o governo brasileiro hoje pela manhã que irá manter a classificação sanitária do país como de risco insignificante para este tipo de doença. O governo garantiu que, por isso, não haverá nenhum impacto comercial para o país, um dos principais fornecedores de carne bovina do mundo.


"Não houve uma mudança radical em relação à doença, mas um achado de um caso antigo", afirmou Guilherme Henrique Figueiredo Marques, diretor do departamento de saúde animal do ministério. "A classificação de insignificante é a mais branda que o país pode receber."


Marques disse que "ser livre [da doença] é impossível". "A OIE avalia se há medidas de mitigação por parte do governo que permitam evitar uma epidemia da doença, como ocorreu na Europa."


Atualmente, o Brasil tem um status de risco considerado "insignificante" na OIE, ao lado de países como Argentina e Chile.


PRIMEIRA VEZ


É a primeira vez que se confirma a presença de um agente causador da doença de vaca louca no Brasil. O nome científico do mal é encefalite espongiforme bovina (EEB).


A doença preocupa as autoridades porque pode ser transmitida para humanos e provocar perda da função motora e morte. O último país a confirmar a ocorrência de vaca louca foram os Estados Unidos, em abril deste ano.


O Brasil é um dos principais fornecedores mundiais de carne bovina. Em 2012, as exportações deverão superar os US$ 5 bilhões.


O caso mais recente de doença bovina de grandes proporções no Brasil foi a ocorrência de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, em 2005, quando o país sofreu sérias restrições no mercado externo. Alguns países só voltaram a comprar a carne brasileira recentemente.


ENTENDA


A encefalite espongiforme bovina, nome científico do mal da vaca louca, foi identificada pela primeira vez no Reino Unido, em 1985.


A doença provoca a degeneração do sistema nervoso central e se caracteriza pela aparição de sintomas de nervosismo nos bovinos, que os leva invariavelmente à morte em um período que pode variar de um a seis meses.


Nos humanos, a versão da encefalite espongiforme bovina leva o nome de mal de Creutzfeldt-Jakob. A doença provoca a perda da coordenação motora e leva o doente à demência e à morte.




Fonte: Folhaonline

Naviraí Diário
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