Artigo: VOTO NÃO É MOEDA DE TROCA
“VOTO NÃO É MOEDA DE TROCA!!!”
Paulo Hamilton
Meus caros leitores, encontrei esse texto de autoria da ilustre poetisa e escritora paraibana Isis Dumont e, no atual contexto político, acho oportuno, por isso decidi partilhar com vocês. Penso que esse tipo de situação ocorre na grande maioria das cidades brasileiras, inclusive em épocas eleitorais, a venda de votos é encarada com muita naturalidade por grande parte dos eleitores e já faz parte da estratégia da maioria dos candidatos a cargos eletivos, principalmente nas eleições municipais.
O trabalho dos MPs e dos Tribunais Eleitorais, já é um bom começo para a conscientização dos eleitores, mas apenas as propagandas no rádio e na televisão não bastam para por fim a uma das práticas mais vorazes e destrutivas a qual sucumbe a sociedade brasileira. Seria necessária uma fiscalização mais rigorosa e muito mais que uma fiscalização, seria necessária uma punição exemplar aos maus políticos que utilizam do abuso do poder aquisitivo para dominar e massacrar o povo que governa.
Mesmo antes do início da campanha eleitoral deste ano, já se tem notícia desta prática mesquinha, quando candidatos inescrupulosos aproveitam-se das dificuldades financeiras de famílias honestas, de homens trabalhadores e de mulheres guerreiras, para se apoderar do que lhes é mais sagrado para a conquista de um futuro melhor para os seus filhos – o direito de votar livremente nos candidatos a prefeito e vereadores melhores capacitados para administrar a sua cidade e não naquele lobo em pele de cordeiro, que nunca lhe apertou a mão ou ao menos lhe disse um bom dia, que agora aparece como homem bom, que lhe ajudou e que certamente resolverá todos os seus problemas se eleito for.
Engana-se também, quem pensa que somente o eleitor mais humilde vende o seu voto. Existem ainda, aqueles que se dizem da alta sociedade, líderes de famílias numerosas, comerciantes, homens do campo, servidores públicos, que além de venderem seus votos, vendem também o seu “apoio”, geralmente por um preço bem mais alto, muito dinheiro ou um “contrato particular”, a ser pago com juros e correção monetária após a eleição daquele candidato. Esses, entretanto, sabem muito bem o que estão fazendo e sabem que fazem parte de um sistema político avassaladoramente destrutivo, onde a voz do cidadão será sempre silenciada pela força dos que detêm o poder.
Mas e o povo, o homem honrado, o chefe de família? O que dizer a esse eleitor?
Infelizmente não há muito o que dizer. O que falar a um pai desempregado, passando dificuldades, muitas vezes sem ter o que comer, precisando de um remédio, ou sonhando com uma moradia melhor?
O que falar a uma mãe que vê o seu filho indo para a escola com o sapato furado (quando tem sapato), sem o pão para o café da manhã ou feijão para o almoço, vendo a luz ou a água sendo cortada por falta de pagamento? O que dizer a um filho que precisa do primeiro emprego para ajudar sua família, que não pode comprar um caderno mas precisa estudar para ter um futuro melhor?
Só posso dizer uma coisa: Faça o que esse mau político faz de melhor. MINTA. PROMETA E NÃO CUMPRA. ACEITE O SEU DINHEIRO, MAS VOTE NO SEU CANDIDATO. O mau político não merece o seu voto, não merece o seu respeito, não merece a sua mínima consideração. Todo o dinheiro que é distribuído por um candidato em época de campanha, lhe será tirado quando ele estiver no exercício do mandato. Enquanto formos governados por maus políticos jamais conseguiremos viver com dignidade.
Um abraço fraternal a todos.
(Paulo Hamilton é professor aposentado da Rede Estadual de Ensino e colaborador deste Site. Membro da Associação Naviraiense dos Poetas e Escritores)
Fonte: Paulo Hamilton
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