Endividamento aumenta, mas inadimplência recua em junho
Apesar de a taxa de endividamento ter aumentado em junho, a inadimplência reverteu este mês uma sequência de altas durante o ano, mostrou nesta quarta-feira a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Segundo o estudo, o percentual de famílias brasileiras com dívidas aumentou de 55,9% para 57,3%. Mas a taxa permanece bem abaixo do patamar registrado no mesmo mês do ano passado, quando 64,1% haviam declarado ter dívidas.
Embora as famílias estejam mais endividadas, elas estão horando mais as dívidas. Isso porque o nível de inadimplência finalmente cedeu levemente após quatro altas consecutivas. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso caiu de 23,6% para 23,2% (praticamente igual à do mesmo mês do ano passado, que foi 23,3%).
Segundo o Banco Central, a inadimplência das pessoas físicas subiu em maio. O volume de dívidas em atraso há mais de 90 dias representava no mês 8% do total de crédito, a maior taxa desde 2009.
Já as famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas — um indicador para a inadimplência futura — caiu de 7,8% para 7,5% no mês. Essa queda foi puxada pelas famílias com renda inferior a dez salários, cuja taxa caiu de 8,4% para 8,1% no mês. Por outro lado, o percentual de famílias com renda superior a dez salários que alegam não ter como pagar as contas subiu de 3,3% para 3,5%.
As dívidas do cartão de crédito figuram entre as principais preocupações financeiras de 74,8% das famílias endividadas, seguidas pelos carnês (19,7%) e pelos empréstimos (10,4%).
Inadimplência das empresas cresce 9,4% em maio, diz Serasa
Outra pesquisa divulgada nesta quarta, dessa vez do Serasa Experian, informou que inadimplência das pessoas jurídicas cresceu 9,4% em maio sobre abril, a maior elevação entre esses dois meses desde 2006. O Banco Central, porém, divulgou na terça-feira que a inadimplência de pessoa jurídica ficou estável em maio pelo quarto mês consecutivo, em 4,1%.
A inadimplência das empresas teve salto de 13,2% em maio sobre um ano antes, e de 17,5% no acumulado de janeiro a maio, ante os cinco primeiros meses de 2011.
Economistas da Serasa Experian creditam esses números à sazonalidade do mês e ao cenário econômico, como redução do crédito externo e à inadimplência dos consumidores.
Na terça-feira, o Banco Central informou que a inadimplência tinha voltado a bater recorde no país em maio, a 6 por cento.
De janeiro a maio, as dívidas não bancárias (como cartão de crédito) tiveram um valor médio de R$ 775,74, 4% maior do que no mesmo período de 2011. Já as dívidas com bancos tiveram um valor médio de R$ 5.269,13, alta anual de 4,3%.
Os cheques sem fundo tiveram um valor médio de R$ 2.191,88 no mesmo intervalo, 6,5% a mais, enquanto os títulos protestados foram, em média, de R$ 1.914,33, salto de 11,1% sobre os cinco primeiros meses do ano passado.
Fonte: O Globo
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