Mais de 70 cidades de SP criam leis por segurança em bancos

Postada por: Jr Lopes | Data 25/06/2012 | Imprimir


Ao menos 72 cidades paulistas já têm leis municipais que propõem dar mais segurança aos clientes de bancos.
 

A maioria das normas obriga a instalação de divisórias entre os caixas e a área de espera para dar mais privacidade aos clientes. Há ainda outras leis, como proibição do uso de celular dentro dos bancos, instalação de câmeras dentro e fora das agências e blindagem de vidros.


O levantamento de cidades que aprovaram as leis é da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), que tem posição diversa sobre as regras.
 

No caso das divisórias, por exemplo, a Febraban diz ser contra porque, segundo o órgão, as estruturas criam pontos cegos que dificultam a ação dos vigilantes.


Um dos casos mais recentes de lei desse tipo no Estado é o de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), que no último dia 6 regulamentou a obrigatoriedade de divisórias dentro dos bancos.


Os defensores do uso dos biombos argumentam que, com as estruturas, os clientes terão mais privacidade principalmente ao sacar quantias elevadas de dinheiro.


A ideia é evitar que "olheiros" vejam o saque e, com isso, tentar impedir o crime chamado de "saidinha", quando ladrões atacam clientes que deixam as agências. A efetividade dessas leis, porém, está ligada diretamente à capacidade de fiscalização dos municípios.


Em Araraquara (273 km de São Paulo), por exemplo, onde a lei das divisórias já existe desde outubro de 2010, a prefeitura diz que fez uma ampla fiscalização no ano passado, que resultou em 23 advertências e 12 infrações.
 

Neste ano, a fiscalização só encontrou uma agência que não havia se adequado.


FALTA DE FISCALIZAÇÃO


Já em Franca (400 km de São Paulo), a lei que exige as divisórias está em vigor desde setembro de 2010, mas, como não houve fiscalização, a regra pouco saiu do papel.
 

Até o início deste mês, segundo o Sindicato dos Bancários de Franca, apenas um banco -o Mercantil do Brasil-, que tem uma única agência na cidade, cumpria a lei de dois anos atrás.
 

Por causa disso, segundo o sindicato, o órgão procurou a prefeitura para cobrar fiscalização. Só assim, a administração notificou os bancos e deu prazo até agosto para colocação das divisórias. A prefeitura alegou que houve a demora porque havia dúvidas sobre a regra.


O especialista José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, diz concordar com o argumento da Febraban de que as divisórias mais atrapalham a segurança dentro das agências do que ajudam.


Ele disse que as leis municipais são "oportunismo político" de vereadores que propõem projetos inócuos. Procurada, a Polícia Militar informou que apoia todas as iniciativas que possam aumentar a segurança.




Fonte: Folhaonline

Naviraí Diário
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