Parcelar financiamento da casa própria em 35 anos aumenta valor total pago

Postada por: Andrey Vieira | Data 24/06/2012 | Imprimir


Os bancos brasileiros, seguindo o exemplo da Caixa Econômica Federal, começaram a aumentar o prazo para pagamento de empréstimos habitacionais, que era de 30 anos, para 35 anos para todos os tipos de contratos. Segundo analistas, antes de ampliar o tempo da dívida, o mutuário deve fazer contas e avaliar se vale a pena pagar um saldo final muito mais alto em compensação a ter uma parcela menor ou poder dar um valor de entrada mais baixo.


No caso do financiamento de um imóvel novo de R$ 300 mil na cidade de São Paulo, por exemplo, a diferença do valor de entrada para financiar o bem em 30 ou 35 anos chega ser a cerca de R$ 6 mil menor (mantendo o mesmo valor de parcela). Contudo, quem opta pelo financiamento de prazo maior paga R$ 46 mil a mais depois de quitar toda dívida.


“É muito importante que cada um verifique se vale a pena se comprometer com essas parcelas por mais tempo”, diz o professor de contabilidade e planejamento tributário da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Amauri Liba.


Segundo Liba, antes de optar por um financiamento maior, o comprador deve pensar em como estará sua situação após 35 anos. “As pessoas se aposentam com 35 anos de serviço no Brasil e o aposentado ganha menos que o funcionário na ativa. É preciso considerar que, ao aumentar em cinco anos a dívida, você pode ter que pagar uma parcela em um período da vida em que sua renda é bem menor”, completa.


Segundo o consultor de finanças pessoais Ricardo Borges, os cinco anos “extras” de financiamento propostos pela Caixa podem reduzir o valor da parcela mensal entre 10% e 15%, já que a dívida será diluída por um tempo maior. Mas o mutuário deve considerar que para ganhar esse “desconto” terá que pagar mais 60 parcelas.


“Muitas vezes o comprador acha que os imóveis vão continuar aumentando como ocorreu nos últimos anos e que o valor vai dobrar em um curto período, mas isso não deve ocorrer com a crise internacional e a tendência de estabilização do setor. Então é melhor pensar bem antes de fazer um financiamento por prazo maior”, diz Liba.


“O melhor é financiar o menor valor possível, pagando uma entrada alta, para gastar um valor menor com o pagamento de juros”, diz Borges.




Fonte: Terra

Naviraí Diário
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