Economia criativa movimenta R$ 3 milhões no estado
Diferentemente da economia tradicional, como a agricultura ou o comércio, a economia criativa foca no potencial individual, na imaginação e na capacidade intelectual de cada colaborador. Para que as ideias possam surgir naturalmente, o modo de trabalho precisou ser repensado, e a proposta tem sido seguida por empresários em todo o país.
Em Campo Grande, 42 empresas se filiaram a uma associação de empreendedores digitais. "Hoje estão movimentando cerca de R$ 3 milhões por ano. Pode ser pouco, mas essas empresas têm potencial de crescimento rápido", afirma Guilherme Junqueira, presidente da entidade.
O empresário Saulo Arruda adotou o modelo de economia criativa para atrair clientes e melhorar a produção de aplicativos para celulares e internet. No segundo ano de atividades, a empresa já soma 25 clientes e 15 aplicativos no portfólio, com um crescimento de 35% no faturamento. "A gente trabalha com criatividade, então não tem jeito, tem que trabalhar em paz, liberado, feliz. Quando se está feliz, a gente produz muito melhor", conta Arruda.
Em 2000, os irmãos e empresários Alexandre e Gabriel Barros criaram um site de classificados de imóveis na internet. Mas só no ano passado o projeto ganhou uma proposta diferenciada: oferecer ao público uma visualização do imóvel em 360 graus. A inovação permitiu aumento no faturamento da empresa. "O que motiva é saber que estamos fazendo algo diferenciado, com amor. Sabendo que a gente oferece algo que realmente é bom e que as pessoas vão tirar proveito", diz Alexandre.
Bens e serviços oferecidos pela economia criativa cresceram até 14% no mundo em 2010, de acordo com o relatório das Nações Unidas. A China é o país com maior produção na economia criativa, seguido pelos Estados Unidos e pela Alemanha.
O Brasil ainda não está entre os 20 maiores produtores do setor, mas um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que o setor representa 2,5% do Produto Interno Bruto do país, o que corresponde à movimentação de quase R$ 93 bilhões.
Em 2010, a economia criativa empregou 771 mil trabalhadores formais em todo o país, segundo a Firjan. A remuneração média de quem trabalha no núcleo criativo brasileiro é de aproximadamente R$ 3 mil, 45% superior ao salário médio dos trabalhadores dos demais segmentos da economia.
“A economia criativa é uma modalidade recente e tem um mercado promissor. Fruto disso é o reconhecimento feito pelo governo brasileiro, criando uma secretaria dentro do ministério da Cultura para poder desenvolver novos projetos”, afirma o doutor em economia Everlam Montibeler.
Fonte: G1/ MS
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