Espanha pede a outros países que punam a Argentina por expropriação
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, conclamou governantes da Europa e de outras partes do mundo a tomarem ações concretas contra a Argentina na tentativa de pressionar o país sul-americano a compensar a petrolífera Repsol pela expropriação da YPF.
Em declarações feitas na véspera de um encontro de chanceleres da União Europeia (UE) em Luxemburgo, García-Margallo disse que a Espanha pressionaria o bloco a retirar da Argentina o tratamento de parceiro comercial preferencial. A UE é o segundo mercado das exportações argentinas, atrás apenas do Mercosul.
García-Margallo afirmou ainda que a Espanha pediria a entidades multilaterais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) que pressionem o governo argentino a voltar a negociar. Segundo ele, a expropriação da YPF não é um problema apenas da Espanha. "Afeta todo mundo", disse.
"Os investimentos estrangeiros em um país não podem estar sujeitos aos caprichos emocionais de um líder de país", prosseguiu o chanceler espanhol, em crítica dirigida à presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.
Histórico
Na quinta-feira (19), o governo argentino ampliou à empresa YPF Gás, distribuidora de gás butano e propano, a expropriação de 51% das ações da petroleira YPF, segundo informações da agência oficial Telám. Na ocasião, os interventores comunicaram também a perfuração e reparação de mil poços da empresa, segundo texto no site do governo argentino.
A medida ocorreu pouco depois de a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ter anunciado na última segunda-feira (16) que enviaria um projeto de lei ao Congresso Nacional determinando a nacionalização da petroleira YPF no país.
A Repsol YPF é a líder no mercado de combustíveis na Argentina. Sua filial YPF, privatizada nos anos 1990, controla 52% da capacidade de refinamento do país e dispõe de uma rede de 1.600 estações de serviços.
A companhia petrolífera espanhola Repsol afirmou que calcula em US$ 10,5 bilhões sua participação de 57,4% na filial argentina YPF. O vice-ministro Economia da Argentina, Axel Kicillof, afirmou que o governo não irá pagar o preço pedido pela espanhola.
Fonte: G1
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