Standard & Poor's eleva nota do Brasil
A agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou nesta quinta-feira (17) que elevou em um degrau a nota de crédito soberano do Brasil, sob a justificativa de que o governo tem demonstrado seu compromisso de atingir as metas fiscais.
Quanto maior o rating de um país, melhor ele é sob o ponto de vista de atração de investimentos.
Em comunicado, a S&P informou que elevou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de BBB- para BBB, com perspectiva estável.
A nota representa o segundo degrau na escala considerada "grau de investimento", dada a países avaliados como investimento seguro pelas agências.
No mercado financeiro, o rating de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram que são bom pagadores de seus compromissos.
Em comunicado que acompanhou a decisão, a agência diz que o governo Dilma Rousseff demonstrou seu compromisso em cumprir as metas fiscais, ampliando assim o escopo para usar instrumentos monetários para influenciar a economia doméstica.
A S&P também aumentou o rating de longo prazo em moeda local, de BBB+ para A -.
Ao mesmo tempo, reafirmou os ratings de curto prazo para país de A-3 para moeda estrangeira e A-2 para a moeda local. A perspectiva do país é estável.
Boa fama em meio à crise
A melhora da nota do Brasil foi anunciada em um momento em que a incerteza sobre a capacidade dos países de pagarem suas dívidas é o centro da crise financeira mundial, e a falta de confiança na saúde financeira dos governos europeus tem afugentado investidores acostumados a investir em títulos dessas nações.
A Standard & Poor's foi a primeira agência a conceder o grau de investimento ao Brasil, em abril de 2008.
Em agosto, a agência havia anunciado perspectiva positiva de melhorar essa avaliação do país.
Após o anúncio da S&P, o Ministério da Fazenda divulgou nota em que qual avalia que a decisão é um "reconhecimento de que a política econômica encontra-se na direção correta e de que são sólidos os fundamentos macroeconômicos do país".
"Esperamos que o governo persiga políticas monetária e fiscal cautelosas que, combinadas com a resiliência do crescimento econômico do país, devem moderar o impacto de potenciais choques externos e sustentar as perspectivas de crescimento de longo prazo", destaca a agência.
Outras agências
A Standard & Poor's é a terceira das grandes agências de classificação de risco a colocar o Brasil no segundo degrau do grau de investimento. Em abril, a Fitch já havia elevado a posição brasileira, de BBB- para BBB, também um nível acima do grau de investimento por essa agência. Em junho, foi a fez da Moody's.
Entenda o que significa
A avaliação de risco de investimento é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro.
A partir da nota de risco recebida por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido por causa da instabilidade do país em questão.
O principal benefício de o país se tornar "investment grade" é atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.
Fonte: AgênciaBrasil
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