Pesquisa pode criar pílula anti-embriaguez
Pesquisadores australianos descobriram que as células do sistema imunológico no cérebro têm um papel decisivo na forma como as pessoas reagem à ingestão de álcool.
Por incrível que possa parecer, e por mais óbvias que sejam as mudanças de comportamento após a ingestão de álcool, os mecanismos de atuação da substância no organismo não são bem conhecidas até hoje.
O Dr. Mark Hutchinson e seus colegas da Universidade de Adelaide afirmam que sua pesquisa mostra mais um indício claro de que os efeitos do álcool são resultado de uma resposta imunológica do organismo.
Resposta imunológica ao álcool
Segundo os pesquisadores, a resposta imunológica pode explicar as alterações bem-conhecidas da ingestão do álcool, como a dificuldade de controlar a musculatura envolvida no andar e no falar.
“Este estudo tem implicações significativas para o nosso entendimento de como o álcool nos afeta, mostrando que ele possui tanto uma resposta neuronal quanto uma resposta imunológica,” disse Hutchinson.
Segundo o médico, a descoberta pode ajudar a identificar indivíduos com maiores riscos de desenvolver problemas neurológicos e danos ao cérebro devido ao consumo regular de álcool.
Mas o efeito mais interessante da pesquisa parece ser uma possibilidade de suprimir os efeitos da ingestão de álcool – uma espécie de pílula “fique sóbrio”, que combata os efeitos da bebedeira.
Pílula da sobriedade
Os pesquisadores estudaram o efeito do bloqueio de receptores do tipo toll no cérebro de camundongos, depois que os animais ingeriam álcool.
Receptores tipo toll (TLR: toll-like receptors) são proteínas que fazem parte do sistema imunológico inato.
“Os resultados mostraram que o bloqueio desta parte do sistema imunológico, tanto por drogas quanto geneticamente, reduz os efeitos do álcool,” explicou Hutchinson.
Ele acredita que um tratamento similar pode dar os mesmos efeitos em humanos.
“Medicamentos voltados para esse receptor específico – o receptor tipo toll 4 – podem ser úteis para o tratamento da dependência alcoólica e de overdoses de álcool,” diz o pesquisador.
Fonte: Diário da Saúde
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