Cientistas descobrem causa genética para a magreza
Pessoas com cópias excedentes de alguns genes são mais propensas a serem magras demais. Segundo cientistas da Escola de Saúde Pública do Imperial College, em Londres, uma em cada 2 mil pessoas tem parte do cromossomo duplicado, tornando homens 23 vezes e mulheres cinco vezes mais propensos a estarem seriamente abaixo do peso.
Normalmente, um indivíduo herda uma cópia de cada cromossomo do pai e da mãe, resultando em um par de cada gene. Mas, às vezes, seções de um cromossomo são copiadas ou apagadas, resultando em segmentos a mais ou a menos do código genético.
— Em muitos casos, as cópias e apagamentos não produzem qualquer efeito, mas, ocasionalmente, podem gerar doenças — explicou Philippe Froguel, professor da universidade.
No estudo, os pesquisadores examinaram o DNA de cerca de 95 mil pessoas, em busca de padrões vinculados à magreza extrema. Eles descobriram que a duplicação de uma parte de um determinado cromossomo é fortemente associada ao peso abaixo do normal.
Metade de todas as crianças estudadas com este excedente genético foi diagnosticada com falha de desenvolvimento, o que significa que elas não ganham peso em uma taxa normal, à medida que cresceram. Um quarto dos indivíduos com genes extra teve microcefalia — condição na qual a cabeça e o cérebro são anormalmente pequenos, que é associada a deficiências neurológicas e a uma expectativa de vida mais curta.
Em 2010, a mesma equipe de cientistas descobriu que pessoas com a ausência de uma cópia destes genes eram 43 vezes mais propensas a serem obesas mórbidas.
— Uma razão pela qual a nova descoberta é importante é que ela demonstra que a falha de desenvolvimento na infância pode ter causas genéticas. Se uma criança não se alimenta, não necessariamente é por culpa dos pais — afirmou Froguel.
Pesquisas anteriores já tinham identificado um grande número de falhas genéticas que levam à obesidade, mas esta foi a primeira a detectar uma causa genética para a magreza.
— Até o momento, nós não sabemos nada sobre os genes nesta região. Se pudermos descobrir porque essa duplicação genética causa magreza, isto pode gerar novos tratamentos possíveis para a obesidade e distúrbios do apetite — completou.
As duplicações nesta região já tinham sido, anteriormente, associadas à esquizofrenia, e os apagamentos, ao autismo.
Fonte: RBS/ Bem Estar
www.naviraidiario.com.br