'Não podemos ser bonzinhos', diz ex-ministro em MS sobre exportações
Temos que ser mais agressivos no plano internacional. Não podemos ser bonzinhos. O Brasil precisa entrar pesado no mercado internacional', defendeu o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e atual presidente do Comitê de Estratégia Empresarial e Sustentabilidade do grupo JBS, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, ao avaliar a participação do país no comércio exterior de produtos do agronegócio.
O comentário de Pratini foi feito durante o Congresso Internacional da Carne, que está sendo realizado entre está quarta e quinta-feira (dias 8 e 9), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O ex-ministro disse ainda, em relação específica a carne brasileira, que o produto nacional é bom e pode continuar a melhorar, mas que o país precisa investir em marketing.
Quanto a questão da embargo determinado pelo governo russo a carne exportada por 89 frigoríficos brasileiros, que teria ocorrido em razão da falta de cumprimento de normas sanitárias, ele afirmou que foi uma arbitrariedade.
“Não foram questões sanitárias que determinaram o embargo. É uma questão diplomática, porque envolve a participação da Rússia na Organização Mundial do Comércio”, sentenciou Pratini.
O engenheiro agrônomo Alexandre Mendonça, membro do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), concorda com a avaliação do ex-ministro.
“Vamos conviver muito com isso. Isso é uma mudança que vai estar sempre presente. O mundo vai depender da produção, mas, isso vai ser brigado, vai ser chorado, vai ter impasse”, comenta.
Já o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Jardim, que substituiu no evento o ministro Wagner Rossi, disse que o embargo russo foi determinado somente por questões técnicas.
Ele explicou que algumas das exigências feitas pelo governo russo são de exames contra substâncias que não são utilizadas no Brasil, e que aumentar o custos de produção parar realizar estes testes não teria sentido. Por isso, o governo brasileiro busca alternativas para atender essas exigências.
Jardim espera que a questão do embargo seja resolvida ainda este mês, no mais tardar em julho e adianta que uma missão brasileira deve visitar em breve a Rússia para discutir o assunto.
Já a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e senadora Kátia Abreu falou especificamente do potencial da pecuária brasileira. Ela disse que o país tem condições de aumentar sua produtividade em três vezes e lembrou que 80% da produção brasileira é consumida internamente e que somente os outros 20% são vendidos no mercado internacional, e que mesmo assim asseguram ao Brasil a posição de um dos principais exportadores do mundo.
Fonte: G1
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